Ensaio Feminino Entre o Bambu e a Bruma
com Camila Cequinel.
Quando me reuni com a Camila para falar sobre este ensaio, conversar e conhecer mais sobre ela, estava preparado para compartilhar minhas ideias e entender os sentimentos que ela estava vivendo no momento. Esta conversa foi intensa, profunda e essencial para que o ensaio fluísse como fluiu.
Antes de nos prepararmos para realizar as primeiras fotos, conversamos um pouco e simplesmente estávamos presentes no momento. Sem pressa. Sem poses prontas. Só nós, o tempo e o silêncio. O interessante das experiências neste ensaio foi o quão entregue a Camila esteve para viver o momento — em meio ao bambuzal, no meio da noite, na escuridão total.
Durante as fotos pela manhã, fazia muito frio. A banheira estava gelada, a névoa tocava a pele, e mesmo assim ela seguiu totalmente conectada com a proposta, se entregando a cada clique. Foi uma experiência maravilhosa.
Na pós edição, foi realizado um trabalho minucioso com a técnica de dupla exposição, combinando duas imagens distintas em busca de um resultado visualmente interessante e cativante. A intenção era criar conexões entre essas fotos que multiplicassem as interpretações possíveis — ora revelando antagonismos, ora potencializando o sentimento do momento registrado. Fiquei muito satisfeito com o resultado.
Esse ensaio não foi apenas uma produção de imagens, mas um mergulho no presente, na confiança e na arte de sentir — um encontro entre quem fotografa e quem se permite ser visto.
Fotografia com respeito, luz e presença
Esse tipo de ensaio exige mais do que técnica. Requer escuta, sensibilidade e uma entrega mútua. Abaixo, compartilho algumas reflexões e dicas que fazem parte do meu processo criativo — especialmente úteis para quem deseja se aprofundar na fotografia com alma, ou contratar alguém que fotografe com o coração.
Iluminação improvisada para ensaios noturnos ao ar livre
Nem sempre temos acesso a equipamentos profissionais de iluminação. Mas a criatividade e o domínio da luz podem fazer milagres mesmo com recursos simples.
1. Lanternas direcionais:
Use lanternas de LED com foco ajustável. Posicioná-las de forma lateral ou de trás do retratado cria sombras interessantes e atmosferas dramáticas. Um lençol branco ou pedaço de papel vegetal pode suavizar a luz.
2. Luz de celular com difusores caseiros:
Celulares com lanternas potentes podem ser usados com sacolas plásticas leitosas ou pedaços de papel manteiga como difusor, criando uma luz mais suave e agradável ao rosto.
3. Fogareiros, velas e tochas:
Fontes de luz quente ajudam a criar um clima intimista e poético. Cuidado sempre com a segurança, mas usar o fogo como elemento visual pode gerar cenas únicas.
4. Aproveite a luz natural da lua:
Em noites de lua cheia, a luz natural pode ser suficiente para compor imagens mais granuladas, etéreas e oníricas — especialmente com longa exposição e tripé.
Como conduzir um ensaio com sensibilidade e respeito
1. Antes de qualquer clique, escute.
A escuta é a primeira lente. Conheça a história da pessoa que você vai fotografar. Saiba como ela se sente. O que quer expressar. O que não quer.
2. Presença é mais importante do que direção.
Estar presente de verdade, com calma, sem pressa para resultados, cria confiança. O ensaio se transforma em troca, não em performance.
3. Respeito absoluto ao tempo e ao corpo.
Seja claro sobre cada passo. Permita pausas. Nunca force poses. O corpo fala e é ele quem dita o ritmo.
4. Crie ambientes seguros e acolhedores.
Mesmo ao ar livre, pense em conforto e proteção. Um cobertor à mão, um chá quente, um olhar que diz “tá tudo bem”. Isso muda tudo.
Para quem busca mais do que fotos
Se você chegou até aqui, talvez esteja procurando um ensaio que vá além do estético. Que capture emoções reais, memórias profundas, gestos espontâneos. Que valorize a sua história com o cuidado que ela merece.
É isso que ofereço nos meus ensaios:
Intimidade com delicadeza. Arte com alma. Técnica a serviço da emoção.
Se você sente que esse tipo de fotografia conversa com o que você busca, vamos conversar.
Será um prazer te ouvir — e, se fizer sentido, construir algo juntos.
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Artista fotografa: @camilacequinel